Fora do manual

‘Não é o método’, diz diretor da PRF sobre caso de menina baleada

Heloísa, de 3 anos, foi ferida dentro do carro da família

Antonio Fernando Souza revelou que disparo é vedado por  portaria
Antonio Fernando Souza revelou que disparo é vedado por portaria |  Foto: Reprodução

Antonio Fernando Souza Oliveira, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, disse durante entrevista ao programa "Estúdio i", da Globonews, nesta sexta-feira (8) que o fato de a menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, ter sido atingida por um tiro que pode ter sido disparado por um policial rodoviário federal não é um método aceito pela PRF.

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"A gente precisa marcar que não é um método aceito pela PRF. Isso não está previsto em nenhum dos nossos manuais. Pelo contrário, nós temos uma portaria interministerial de 2010, assinada pelo então presidente Lula, a portaria 4226, que deixa claro (...) que é vedado o disparo de arma de fogo contra veículo que fugiu de bloqueio policial ou que não atendeu a ordem de parada. E aí independente se essa ordem existiu ou não existiu. Não é permitido o disparo de arma de fogo para o veículo que está em fuga, a gente tem que fazer o acompanhamento tático", disse.

A pequena Heloísa dos Santos, de 3 anos, voltava da casa de familiares, em Itaguaí, quando foi atingida por tiros na noite desta quinta-feira (7). Segundo William Silva, pai da menina, foram ouvidos mais de quatro disparos em direção ao veículo. Três atingiram Heloísa que estava ao lado da tia e da irmã no banco de trás. 

Segundo a Secretaria de Saúde de Duque de Caxias, a vítima deu entrada na unidade às 21h07 de quinta-feira (7), no Hospital de Saracuruna, vítima de três tiros, um na cabeça, outro no pescoço e um terceiro nas costas.

O último boletim divulgado pelo hospital informa que a menina deu entrada na unidade trazida por viatura da PRF. A direção da unidade disse ainda que a criança chegou com rebaixamento de nível de consciência, sangramento ativo no couro cabeludo, sendo sedada e entubada.

O ministro da Justiça Flávio Dino cobrou explicações à PRF sobre os tiros que atingiram a menina, durante uma abordagem mal-sucedida, no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense. A criança está internada em estado grave. 

Segundo Dino, houve pedidos de esclarecimentos sobre o caso e que mandou rever os manuais de procedimentos dos agentes do órgão.

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